Ana Luiza Fernandes e Mariele Velloso
Foto: Mariele Velloso
Manter uma alimentação saudável está cada dia mais caro. Com aumentos acumulados nos últimos 12 meses, os alimentos têm obrigado os consumidores a reduzir ou substituir os produtos da compra. Na capital mineira, a alta da cesta básica no ano passado foi de 13,91%,
Segundo o DIEESE, (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), a causa do aumento do custo dos produtos agrícolas foi devido às secas prolongadas de julho e agosto de 2010, seguido de intensas chuvas, que prejudicaram a colheita. No mês de fevereiro, houve leve baixa do preço da cesta básica, no entanto, o custo dos alimentos ainda é alto e essa redução não atingiu o bolso do consumidor.
Em Minas Gerais, o tomate encareceu 30,71% no ano passado. A caixa que era vendida por R$20, 00, agora não sai por menos de R$50,00. Na lista de vilões do hortifruti estão também a abobrinha, que passou de R$ 20,00 para R$ 35,00 e o chuchu, que passou de R$ 15,00 para R$35, 00, a caixa.
Foto: Mariele Velloso
Esses aumentos passaram a influenciar consideravelmente no preço da cesta básica e os consumidores reclamam também da péssima condição dos produtos, atacado por pragas.
Mercedes Batista, consumidora do mercado municipal de São João del Rei, afirmou que modificou suas compras por causa da elevação do valor dos vegetais. “Eu tive que substituir o tomate por batata, que está com o preço mais em conta. Quando eu levo tomate, levo só dois ou três.” A nutricionista Thaís Fuzatto fala sobre a importância do tomate numa dieta saudável, que previne doenças como câncer de mama e de próstata. Ensina também como substituir os alimentos mais caros nessa época.
A carne teve aumento de 26,79% em Minas Gerais, um dos produtos da cesta básica que teve maior alta em 2010. A alta foi provocada pela demanda internacional e a estiagem em meados do ano passado. A previsão é que o produto tenha queda nos próximos meses pela melhora das condições dos pastos, o que resultará num maior número de abates de gado.
Segundo o açougueiro Gelme Vale, do mercado municipal de São João del Rei, os consumidores reclamam do preço, mas priorizam a qualidade do produto. Maria da Paixão Resende, vendedora de hortifruti, garante que não deixou de vender seus produtos:
Podcasting: Entrevista com o açougueiro Gelme Vale e a comerciante Maria da Paixão
Em relação ao salário mínimo, o mineiro destina 49,64% de sua renda líquida para a alimentação. O tempo trabalhado para cobrir esse gasto é de 100horas e 29 minutos por mês no Estado. A média nacional é de 95horas e 9 minutos, o que ilustra o quanto esses aumentos influenciaram no gasto do consumidor de Minas.