Rafaela Soares e Samantha Cardoso
Por questão de praticidade, a estudante Natália Giarola, de 20 anos, recorreu ao uso de químicas em seu cabelo. Ela fez escova inteligente, uma escova sem formol que deixou seu cabelo mais liso e hidratado, porém oleoso. Segundo ela, a profissional fez um teste alérgico, colocou uma pequena quantidade do produto no antebraço e esperou cinco minutos para ver se a pele ficou irritada. No momento de aplicação do produto é sugerido que se use um pano úmido no rosto para evitar intoxicação. O processo demorou de três a quatro horas. Natália repete a escova a cada três meses.
Maria Tereza Ferreira, de 26 anos, conta que também fez a progressiva e a profissional pediu que ela aguardasse quatro meses para fazer o retoque. Ela mudou de cidade, o cabelo cresceu e a raiz ficou com aspecto diferente. Por conta própria, comprou um produto no supermercado e pediu a irmã para aplicar. Durante o tratamento, Tereza sentiu uma forte coceira no couro cabeludo e enxaguou os cabelos rapidamente. Porém isso não evitou a queda.
Depois disso, Tereza procurou um profissional que se recusou a realizar qualquer procedimento. Além da queda, teve alergia e foi obrigada a procurar um médico e a tomar remédios. Para tentar melhorar o aspecto do cabelo, fez um novo corte, mais curto. Agora, uma vez por semana, aplica queratina para fortalecimento da fibra capilar e crescimento dos fios.
A profissional de estética e beleza, Cléo Castilho, diz que é a hidratação é muito importante, independente do processo químico, já que o cabelo perde água diariamente. Se o caso for alisamento, o cuidado deve ser redobrado. As pessoas devem ficar atentas aos testes de sensibilidade e ao prazo para retoque.
De acordo com o dermatologista Marcelo Resende Santos, antes de se submeter ao processo químico, é importante que as pessoas se informem e tenham consciência se os produtos são legalizados e dos riscos que podem correr. O formol, por exemplo, que se tornou comum no alisamento capilar por ser um processo rápido, barato e que deixa os fios com um brilho intenso, é perigoso. Os riscos estão na inalação de gases e no contato com a pele.
Marcelo alerta que os sintomas mais freqüentes no caso de inalação são fortes dores de cabeça, tosse, falta de ar, vertigem, dificuldade para respirar e edema pulmonar. O contato com o vapor ou com a solução pode deixar a apele esbranquiçada, áspera e causar sensação de anestesia e necrose. Longos períodos de exposição podem causar dermatite (inflamação na pele) e hipersensibilidade, rachaduras na pele e feridas, principalmente entre os dedos, além da temida quebra dos fios de cabelo. A perda de cabelo não ocorre, geralmente, logo após o alisamento, mas, em geral, após o período de três a seis meses. Ele acrescenta que os erros existem tanto por parte dos profissionais, seja por desconhecimento ou busca incessante do lucro, como por parte dos pacientes, que só acreditam nos riscos quando vêem os efeitos colaterais.
No vídeo a seguir, as cabeleireiras, Maria Bernadete Silva e Lúcia Soares Andrade, falam sobre escova progressiva: