sexta-feira, 1 de abril de 2011

Aquarelas musicais de Isabel Galéry

 Por Thayná Faria e Rômer Castanheira

Flores de Piranga
Conhecimento técnico aliado ao talento. Estes são os componentes essenciais do processo de criação da artista plástica Isabel Galéry (www.flickr.com/photos/isabel_galery). Mineira de Belo Horizonte, ela trabalha com partituras musicais antigas e diz que a escolha se deve à beleza dos registros gráficos, paixão que ficou mais intensa após uma visita ao Museu de Cluny, em Paris, onde está um rico acervo de arte medieval.
Segundo Isabel, “mesmo aqueles considerados autoditadas tiveram que aprender e desenvolver seu dom de alguma forma e em algum momento. Ninguém nasce pronto e sabendo. Eu estou sempre estudando e aprendo todo dia um pouco mais. Acho que isso nunca tem fim.”
Em 2010, por intermédio do maestro Arnon Sávio Reis, Isabel fotografou partituras do acervo da Escola de Música da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais). A aproximação da artista com a música teve início na infância, quando começou a estudar piano. Atualmente Isabel está envolvida em outras atividades musicais, como coral e violino.


Delírio Musical I e Pórtico
Arranjo da obra
As aquarelas são feitas a partir de fotografias e sobreposições idealizadas por Isabel. A inspiração tem várias fontes, desde “uma pichação em algum prédio, uma pedra, flor, ou mesmo de uma combinação de cores que me atraia”, diz. São João Del Rei é um desses modelos de inspiração e talvez por isso tenha sido a escolhida para abrigar a mostra. Para a artista, a cidade possui harmonia entre os diversos estilos arquitetônicos, como o barroco ou colonial, art déco e construções contemporâneas.
Sobre o processo de composição das obras, Isabel destaca que cada uma tem sua história. Algumas já estão ali, apenas à espera do início do trabalho. Outras demandam mais tempo e dedicação. Segundo Galéry, aquarelas pequenas podem ser feitas em um só dia, enquanto trabalhos em tela geralmente demoram mais, pois a técnica exige certo tempo de espera já que é composta por diversas camadas.

Vida de artista
Auto retrato
Isabel, que atualmente mora e trabalha em Belo Horizonte, afirma ser “um pouco viciada em estudar”. A artista que entrou na escola de Belas Artes aos 17 anos, é Bacharel em desenho e pintura pela UFMG, pós-graduada em Arte-terapia no Centre de Estudos Avançado em Psicologia (CICLO-CEAP), Poéticas Visuais na UEMG, e, em Arte Contemporânea, na PUC Minas.
Isabel já expôs em várias cidades no Brasil e no exterior, como Itália, Canadá e França. Em Minas Gerais, ganhou o prêmio Van Damme, na 4ª Integrarte de Belo Horizonte. Seu mais recente trabalho, a mostra “Do som ao signo: o resgate do afeto” pôde ser vista durante o mês de março no Centro Cultural Solar da Baronesa, em São João Del Rei.

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