terça-feira, 31 de maio de 2011

Curso de Comunicação Social da UFSJ lança agência de notícias regional

Ana Pessoa Santos e Renato Brunelli Caldas
colaboraram Luis Gustavo Santos e Violeta Cunha



O jornalismo da região das Vertentes ganhou força na última segunda-feira, 23.  Em uma solenidade no Anfiteatro do Campus Tancredo de Almeida Neves (CTAN), o curso de Comunicação Social da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) lançou a Vertentes Agência de Notícias (VAN). Na mesma ocasião, iniciou-se um concurso para a criação da logomarca da mesma.

O evento contou com a presença do reitor da UFSJ Helvécio Luiz Reis, da Diretora de Assuntos Comunitários Thelma Valéria de Resende, do coordenador do curso de Comunicação Social Jairo Faria Mendes, da coordenadora do projeto professora Filomena Maria Avelina Bomfim, da editora da Agência professora Luciene Tófoli e do sub-editor de internacional do jornal Estado de São Paulo, Cristiano Dias Barbosa.

Segundo a professora Filomena, “a intenção é que ela seja uma agência regional com angulação internacional”. O projeto tem como objetivo valorizar o jornalismo regional e estimular a produção de informações locais, dar suporte aos jornais da região, fazer a angulação de fatos internacionais para a realidade local, estimular a cultura local e o reconhecimento de sua identidade, e proporcionar a prática jornalística aos alunos vinculados às disciplinas Jornalismo Internacional e Jornalismo Regional.
A ideia de montar uma agência de notícias regional surgiu no ano passado, quando a primeira turma do curso de Comunicação Social da UFSJ cursou a disciplina Jornalismo Internacional com a professora Filomena. Na época, uma parceria com o Jornal das Lajes possibilitou a divulgação da agência através de um link no site do periódico de Resende Costa.

A partir de agora, a VAN é reconhecida oficialmente como um projeto voluntário de extensão da UFSJ e ganhará um site próprio após a criação de sua logomarca. “É um momento de muita satisfação para a Pró-Reitoria de Extensão. O projeto não foi agraciado com bolsa e mesmo assim a professora o desenvolveu”, comenta Thelma. Ela ainda ressalta que o projeto irá gerar várias oportunidades extracurriculares aos alunos.
O reitor da UFSJ ressaltou a importância do projeto. Segundo ele, é fundamental que os fatos que acontecem na universidade e na região também sejam divulgados. Ele aproveitou a oportunidade para dizer que o Consórcio das Universidades Federais Sul-Sudeste de Minas, do qual a UFSJ participa, receberá R$ 20 milhões do Governo Federal.

Concurso
O concurso para criação da logomarca da VAN é aberto a todos os alunos de Jornalismo da UFSJ. Aqueles que se interessarem em participar devem entregar um CD ou DVD da imagem em arte final até o dia 30 de junho na sala 2.01 RE no CTAN, de 18h às 19h. “A intenção desta logomarca é que ela reflita exatamente toda a idealização que a agência de notícias traz”, destacou a professora Luciene Tófoli, editora da agência.

O resultado será divulgado no dia 16 de agosto e os três primeiros colocados serão premiados. O primeiro colocado será contemplado com uma visita à redação do jornal Estado de São Paulo. O segundo lugar ganhará um curso online no site Comunique-se, e o terceiro receberá um livro.

Jornalismo Internacional
No lançamento da VAN, o jornalista Cristiano Dias Barbosa, falou sobre sua experiência com o jornalismo internacional. Formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Cristiano destacou que um dos grandes desafios para quem trabalha no setor é a segurança. Como a maioria dos correspondentes está em outros países e, normalmente, cobre situações de conflito, como guerras, revoltas, é preciso saber aonde ir e com quem conversar. Há muitos casos de jornalistas seqüestrados e até mortos durante as reportagens.

Dentre as dificuldades, o jornalista citou a de encontrar fontes para as matérias. “É difícil fazer as fontes da estaca zero em um lugar que você nunca esteve antes”, disse. Cristiano observou também que é essencial o conhecimento de outras línguas e também de história, principalmente da contemporânea, o que ajuda a entender muito sobre do que acontece na conjuntura internacional.

Sobre a verticalização da cobertura, o sub-editor frisou que há uma visão eurocêntrica do mundo. Segundo ele, se houver um acidente num país europeu com sete mortos e um terremoto no oriente com mais de cem vítimas, o primeiro será manchete.

Cristiano Dias Barbosa começou sua carreira no jornal O Tempo, em Belo Horizonte. Trabalhou nas revistas Vogue, Quatro Rodas, Veja, Trip, Playboy, entre outras. Atualmente, ele é subeditor de internacional do jornal O Estado de São Paulo.


Assista a trechos da palestra aqui.


Consórcio das Universidades

O reitor aproveitou o momento para anunciar que o Governo Federal investirá no Consórcio das Universidades do Sul-Sudeste de Minas R$20 milhões além do que cada instituição já recebe e que a cidade de Caxambú seria a sede administrativa. O consórcio reúne sete universidades federais do estado, a UFJF de Juiz de Fora, a UFV de Viçosa, a UFLA de Lavras, a Unifal de Alfenas, a Unifei de Itajubá, a UFSJ de São João del-Rei e a UFOP de Ouro Preto e tem como objetivo principal facilitar a mobilidade da comunidade acadêmica entre as instituições.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Acidentes de trânsito em São João del Rei crescem 20% em um ano

Por Laura V. Gouvêa e Lívia G. Carvalho

O número de acidentes no trânsito em São João del Rei aumentou 20,48% em um ano, de acordo com o 38° Batalhão de Policia Militar. De janeiro a abril de 2010 foram registrados 166 acidentes, enquanto no mesmo período deste ano, este número chegou a 200.

Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, em 2009, já circulavam na cidade 30 mil veículos, entre carros, motos, caminhões e ônibus. De acordo com o Censo 2010, a população de São João del Rei aumentou 7,35%, chegando a 84.404 habitantes. Esse crescimento populacional pode ser notado no trânsito da cidade, que também teve um aumento no número de veículos.

Esta expansão no trânsito local já causa vários problemas, pelo menos é isso que o mototaxista há 15 anos Clésio Rogério de Resende, afirma. “O trânsito em São João del Rei precisa melhorar os sinais e os estacionamentos que não tem”. Já Pablo Diogo Guimarães que utiliza sua moto apenas para ir trabalhar observa outros problemas no trânsito da cidade: “São João del Rei não pune quem desobedece as leis de trânsito. É possível observar várias infrações acontecendo sem que nenhuma medida seja tomada. Esta falta de punição faz com o que trânsito se desorganize e não se estruture como deveria ser” afirma o auxiliar de dedetizador.

Para o secretário de planejamento, orçamento, avaliação e trânsito de São João del Rei, José Egídio de Carvalho, o problema não é exclusivo da cidade. “A melhor solução seria a melhora do transporte público. Isso incentivaria as pessoas a deixarem seus carros na garagem e andarem de ônibus” afirma o secretário. “Outro fator que faz com que o trânsito local se torne cada vez mais desestruturado é o fato de São João del Rei ter se tornado uma cidade-pólo, receber muitos estudantes todos os anos, e acolher pessoas de cidades vizinhas que vêm para cá diariamente e além, é claro, de ser uma cidade turística que tem um grande número de turistas no trânsito”, afirma José Egídio de Carvalho.

Para tentar encontrar uma solução, o secretário revela que um estudo está sendo feito por uma empresa especializada, no sentido de melhorar o fluxo, a segurança e a fluidez dos veículos quem vêm crescendo muito na cidade.

Decisão do Supremo Tribunal Federal fortalece a causa LGBT

Thayná Faria e Rômer Castanheira

O auxiliar administrativo, Anderson Magalhães, 27, e o operador de telemarketing, Yan do Carmo, 21, que namoram há um ano e meio, já tem planos para o futuro: morar juntos e oficializar a união perante a justiça, o que seria impossível até um mês atrás, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável também para os casais homossexuais. Yan acredita que o fato é “uma grande conquista. Com isso a cada dia vamos conseguindo conquistar o nosso espaço. [A decisão] Nos dá o direito de sermos respeitados pelas pessoas, que nos possam ver não apenas como parceiros mais sim como um casal”, afirma.

Carlos Bem, presidente do MGRV
Carlos Bem, presidente do movimento gay da Região das Vertentes (MGRV), acredita que a decisão é um exemplo para o mundo. “Hoje é a suprema corte do país que assina embaixo confirmando que nossa luta é legítima e tem base na Constituição. É a suprema corte do país reafirmando que nós temos, sim, direitos negados e estamos numa condição de subcidadania e que isso não pode acontecer num país que se diz democrático”, afirma.

A decisão do STF faz com que a união homoafetiva seja reconhecida como uma entidade familiar e, portanto, regida pelas mesmas regras que se aplicam à união estável dos casais heterossexuais. Para Carlos, um avanço e fortalecimento da luta dos grupos LGBT organizados. “Somos família. Do nosso jeito, da nossa forma de amar, da nossa forma de ser. Isso é família. Antes da decisão do STF nossas uniões eram consideradas sociedade, como se eu e meu companheiro tivéssemos aberto uma empresa e registrado no cartório. Esse procedimento não garantia igualdade de direitos. Em caso de separação não era julgado na Vara de Família, não eram garantidos os direitos civis. Era apenas um procedimento administrativo usado para questionar depois judicialmente todas as questões envolvendo essas uniões”, diz.

O casal Anderson e Yan
Com a decisão do Supremo, inscrever-se em programas do Estado vinculados à família, ter licença maternidade para o nascimento do filho da companheira e poder incluí-la (o) como dependente no plano de saúde são alguns dos benefícios conquistados por casais homossexuais, que antes tinham 78 direitos a menos. Entretanto, ainda há limitações, como por exemplo, em relação ao casamento civil, reservado apenas a casais heterossexuais. E de acordo com Carlos Bem, homossexuais, que optarem pela união estável, não podem adotar o sobrenome do parceiro, direito garantido – embora opcional – para heterossexuais na mesma condição.

Anderson e Yan esperam que a decisão do Supremo sirva também para uma outra conquista, diminuir os casos de homofobia que, até hoje, não é considerada como crime no Brasil. “Acredito que sim [que casos de homofobia diminuam]... Algumas pessoas mesmo que não entendam os homossexuais, irão nos respeitar pela lei”, diz Anderson.


I Marcha contra homofobia em São João Del-Rei

No último dia 17 de maio, aconteceu em São João Del-Rei, a I Marcha Municipal Contra homofobia. Os militantes, que partiram da Avenida Presidente Tancredo Neves em direção a Prefeitura Municipal, reivindicaram a criação de uma Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania além da execução de políticas de defesa e proteção dos direitos de grupos minoritários. A data da manifestação é um marco para o Movimento LGBT, pois, nesse dia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do Código Internacional de Doenças. Em São João Del-Rei, a data foi instituída como Dia Municipal Contra a Homofobia . No dia seguinte os militantes seguiram para Brasília onde aconteceu a II Marcha Nacional Contra a Homofobia.

domingo, 29 de maio de 2011

Economia


Apesar da alta nos preços, consumidores optam pela beleza


Por Marcus Santiago e Michele Santana

            Cuidar da higiene pessoal e manter a aparência está ficando mais caro que a inflação. Foi o que apontou uma pesquisa do IBGE numa comparação feita com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de abril. Apesar de o IPCA, que mede a inflação, ter registrado variação de 0,77% em abril contra 0,79% em março, a variação dos gastos com saúde e cuidados pessoais saiu de 0,45% para 0,98%. A pesquisa, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que para o consumidor, os aumentos chegam a superar o IPCA dos últimos 12 meses, que teve variação de 6,51%, 0,01 ponto percentual acima da meta nacional. 
            Apesar de o aumento ser real, comerciantes e consumidores concordam que esse aumento não é tão alarmante quanto parece ser.
            Liliane Silva, vendedora de cosméticos há mais de 14, diz que o aumento é real, mas que não interfere diretamente no contato com o consumidor. “O aumento chegou até nós, mas ainda não é prejudicial já que muitas pessoas consideram os produtos de beleza como bens de necessidade primária”, afirma. Ela, que abriu uma loja recentemente, diz que tem uma clientela fixa e que a alta dos preços não faz com que as pessoas parem de comprar. “Os preços não interferem porque os clientes buscam produtos de qualidade e as empresas também estão investindo nisso para conquistar seus consumidores. Isso alimenta o mercado que nunca deixa de ser movimentado”, comenta.
            Outro fator apontado por Liliane que contribuiu para a aceitação da alta de preços pelo consumidor é a postura do vendedor. “O vendedor tem que ter ‘jogo de cintura’ para mostrar ao cliente que os preços subiram e convencê-lo de que vale a pena pagar um pouco mais por um produto de qualidade” explica.  A comerciante ainda diz que se o vendedor não souber o que vende e não souber o que dizer quando os preços aumentam, vai perder clientes.
            Assim como Liliane, Lucilene Resende, esteticista, concorda que os preços subiram, mas que não sentiu grandes diferenças. Ela, que trabalha há 9 anos, diz que não sentiu muito os reflexos do aumento porque todo ano faz estoque de material, principalmente de cera depilatória, uma das ferramentas do seu trabalho. “Como posso comprar uma grande quantidade de cera e estocar ainda não percebi o aumento, mas outros produtos com os quais trabalho aumentaram sim mas meus clientes não deixam de comprar” afirma.
            Lucilene ainda diz que todos os anos aumenta os preços dos serviços e que apenas alguns poucos clientes reclamam. “Sempre tem aqueles que não acham justo o aumento, mas não deixam de utilizar meus serviços porque precisam e as preocupações com a estética e a aparência falam sempre mais alto” acrescenta. A esteticista, que atende no consultório construído em casa, ainda ressalta que além da necessidade, mostrar um serviço de qualidade faz toda a diferença para quem trabalha nessa área. “Além de as pessoas precisarem cuidar do corpo e da aparência, elas procuram aqueles lugares que são limpinhos e certificados pela vigilância sanitária. Um ambiente limpo e bem cuidado, assim como o trabalho bem feito são porta para o sucesso do atendimento mesmo com a alta dos preços”, finaliza.

            Também com a mesma linha de pensamento que Liliane e Lucilene, Werekson Pablo, cabeleireiro e dono de um salão de beleza, afirma que o aumento dos preços não influencia diretamente em seu trabalho. Ele, que trabalho há 10 anos no ramo, diz que quando os preços dos produtos que utiliza no salão sobem precisa aumentar o preço dos serviços oferecidos mas que a maioria dos clientes não reclama.          
            Segundo Werekson, a procura por serviços relacionados à beleza está cada vez maior tendo em vista que as pessoas estão mais preocupadas com a aparência. “Hoje o mercado de trabalho, principalmente, exige uma boa aparência e você tem que estar apresentável”, comenta.
            Werekson ainda diz que principalmente a televisão tem divulgado um estereótipo de beleza que as pessoas, até inconscientemente, estão tentando seguir. “Os novos padrões de beleza fazem com que a procura, mesmo com a alta dos preços, continue grande”, comenta. Mas, mesmo que a maioria não se importe muito, existem aqueles que não gostam e para evitar conflitos e reclamações, Werekson conta que antes de subir os preços avisa aos clientes. “Um tempo antes de aumentar os preços coloco um aviso no salão que haverá reajuste para os clientes se acostumarem com a ideia e não serem surpreendidos pelo aumento”, finaliza.


O que pensam os consumidores
           
            Já que os preços dos itens de cuidados pessoais e saúde aumentaram, a opinião dos consumidores mostra se esse aumento interferiu de fato nas vendas.
Werekson Pablo proprietário do Salão e Isabella Silva cliente
            Dalila Almeida diz que percebeu que os preços subiram, mas mesmo assim não deixa de comprar. “Sempre comprei produtos de beleza por gostar de cuidar de mim e não acho que o aumento seja prejudicial uma vez que cuidar da aparência e da saúde é essencial”, afirma. Já Esther Ângelo diz que o aumento não é bom, mas não tem como parar de compar. “Embora eu considere esse itens supérfluos, não deixo de compar. O que faço é procurar outra marca e até diminuir a quantidade, mas parar totalmente não dá,” afirma.
            Para Claudio Silveira as mulheres não deixam de comprar produtos de beleza e cuidar da aparência. Segundo ele, elas não conseguem viver sem um produto de beleza sequer. “As mulheres podem até ficar sem se alimentar direito, mas não deixam de cuidar da aparência” comenta. 
            Eliza Sousa concorda com Claudio e ainda diz que produtos de beleza são essenciais para as mulheres. “manter um aparência bem cuidada é importante para qualquer mulher e não há aquela que não se preocupe com isso”, finaliza.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Aumento da incidência das ‘doenças de inverno’ favorece autodiagnóstico errado e riscos em automedicação


Adriano Moura, Ana Gabriela e Wanderson Nascimento
A automedicação é um risco à saúde dos pacientes
Com a chegada dos dias mais frios, aumenta a contaminação por doenças respiratórias, como a gripe, a amigdalite, a sinusite e a otite média. O clínico geral do Posto de Saúde da Família (PSF) do Guarda Mor, André Vianini, explica que esses quadros clínicos são comuns com a variação e queda da temperatura.
O clínico alerta, ainda, para a confusão de sintomas. Doenças mais graves, como a pneumonia e a tuberculose, podem ser associadas a um quadro mais simples de gripe. “Muitas vezes a pessoa pensa que é uma gripe, mas se é uma tosse prolongada, que persiste durante muito tempo, se tem secreção sanguinolenta na tosse e se o paciente está emagrecendo, pode ser tuberculose”, afirma André. Já a rinofaringite, popularmente conhecida como gripe, é uma infecção viral causada pelo vírus Influenza, cujos principais sintomas são o mal-estar geral, dor no corpo e coriza. Também pode causar dor na região facial, tosse e quadro febril leve.
Outro risco é o da automedicação. A estudante Priscila Faria conta que sempre procura uma solução caseira antes de consultar um médico. “Quando fico resfriada procuro tratamentos naturais e caseiros. Tento beber bastante água, não me exponho muito ao vento e ás vezes compro antigripais e xaropes por contra própria na farmácia”, diz. Priscila também utiliza chás de hortelã e essências à base de mel e própolis e diz procurar ajuda médica somente quando não consegue melhorar por meio da automedicação.
André adverte que é muito importante que o médico decida qual o remédio o paciente deve usar. Nos casos das doenças típicas do inverno, é comum as pessoas se automedicarem com antibióticos e analgésicos. O clínico explica que o uso indevido de antibióticos pode dificultar o tratamento adequado e permitir que uma infecção se complique. “Antibiótico só sob orientação médica”, ressalta André. O uso em excesso dos analgésicos com ácido acetilsalicílico, como a aspirina, pode dificultar a coagulação do sangue e é contra-indicado no tratamento de algumas doenças, como a dengue.
Assista ao depoimento do farmacêutico José Ricardo Barra sobre a venda de medicamentos específicos para as "doenças do frio".
Cuidados

Além da variação brusca de temperatura, o aumento da convivência em ambientes fechados, hábito típico nos dias de outono e inverno, eleva a chance de contaminação. “Como prevenção, é importante praticar atividade física para fortalecer o organismo, ingerir muito líquido, ter uma alimentação saudável e evitar lugares com aglomeração de pessoas. Também é importante ter cuidados de higiene, como lavar sempre as mãos e proteger o espirro ou a tosse com a mão ou um lenço, evitando tossir próximo a alimentos e pessoas. Lembrando sempre de lavar as mãos em seguida”, diz André.

Tratamento alternativo

A popularização da medicina oriental fez aumentar a procura de alternativas para o tratamento de doenças, inclusive respiratórias. A fisioterapeuta e acupunturista Lívia Arruda Ávila diz que “qualquer doença, inclusive respiratória é tratada pela acupuntura. O que acontece na acupuntura, é que nós analisamos a vida do paciente como um todo, pois de acordo com os chineses, todo hábito de vida, ar que respiramos, alimentação, emoções, tudo tem influência em nossa energia. Essa energia tem que estar sempre em equilíbrio”.
Embora a busca por esse tipo de tratamento venha aumentando, Lívia afirma que ainda há certa resistência entre os pacientes e os médicos. “Alguns médicos não acreditam na técnica por não ter explicações científicas até hoje. Alguns dizem que funciona como efeito placebo. E o medo de agulhas também é um fator que incomoda muitos pacientes”, declara.
Para o médico André Vianini, a acupuntura é uma medida preventiva. “Tem o seu poder de causar benefício para o paciente em questões de fibromialgia [síndrome de dor generalizada e crônica] e outras dores. Em gripe e processos infecciosos, não cura. A acupuntura funciona como uma parte preventiva, ela melhora a imunidade do corpo e pode ajudar no combate de um quadro gripal ou uma amigdalite”, explica.

Modelo fotográfico : Thaissa Gömöry

terça-feira, 24 de maio de 2011

Danos a computadores são cada vez mais comuns com a ação de softwares maliciosos



Carol Slaibi e Eduardo Maia

Perdas de arquivo, roubo de informações e mau funcionamento do computador. Quem nunca sofreu com golpes da internet que atire a primeira pedra.  “Eu recebi um e-mail de uma menina do meu MSN, que no assunto pedia para atualizar um orçamento. Então eu pensei: que orçamento? Ainda bem que eu usava o Linux, porque pude ver o arquivo que ela me enviou. Era um site que pedia para atualizar um arquivo RCR, que era vírus”, comenta o estudante do 5° período de Ciência da Computação, Isac Sandin.
Pedro já se deparou com diversos problemas causados por vírus
Os vírus são programas como outro qualquer, realizados a partir de uma determinada linguagem de computação. E, geralmente, a linguagem utilizada é a que o hacker domina ou que atenda suas necessidades.  “A diferença é que esses programas possuem, normalmente, características replicantes em seu código fonte. Isso significa que eles se instalam e reproduzem cópias, e até mesmo podem enviar cópias por e-mails no quais tenham se instalado”, explica Josemar Anderson de Freitas, bacharel em Ciência da Computação. Um exemplo desse vírus executável é o que, instalado no pen drive, oculta as pastas e fornece um atalho para elas. Ao clicar nesses atalhos, o vírus se replica em outro arquivo e se multiplica.

“Não serviu para mais nada”

Os ataques mais comuns se devem aos vírus Boot e Keyloggers. O Boot foi um dos primeiros tipos que surgiram no mundo. Uma espécie de robô que é implantado no computador e recebem comandos de outra pessoa.  Eles não infectam a máquina logo que se instalam, pois dependem dos comandos recebidos. Os computadores infectados são vendidos por pacotes chamados Botnet. Já os Keyloggers, são pequenos aplicativos que podem vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado. O objetivo principal, nestes casos, é descobrir senhas.
“Quando eu estava 3° período, começou aparecer um vírus que se chama Sality. É um vírus executável que, se infectar, destroi sua máquina. Nessa época, eu perdi quatro gigas de dados. Infectou, acabou com meu computador, não serviu para mais nada”, lembra Isac. Para amenizar as dores de cabeça com golpes virtuais, o graduando recomenda manter sempre o antivírus atualizado.  Ao ser acionado, o antivírus envia um login para a empresa que o fornece para análise. Com essa informação, a empresa irá produzir um contra-código do vírus para seja possível identificá-lo. “Muito cuidado com e-mail e, principalmente, com o site que você entra, porque é possível que nesse site esteja algum script na máquina que pode prejudicá-la”, completa.

Hacker X Cracker

A verdadeira expressão para invasores de computadores é Cracker. O termo, criado em 1985 por hackers em defesa contra o uso jornalístico do termo hacker, designa programadores maliciosos e ciberpiratas que agem com o intuito de violar ilegal ou imoralmente sistemas cibernéticos.
A palavra "hack" surgiu, na década de 50, com um grupo chamado Tech Model RailRoad Club (TMRC). Os membros do clube (soldier e ChAoS) chamavam as modificações inteligentes que os indivíduos elaboravam e modificavam software e hardware de computadores, de hacks.

         “Hackers são pessoas muito inteligentes que entendem muito de computação, mas se você manja muito, não custa nada fazer alguns servicinhos (sic)”, comenta Isac.
        Em vídeo, o técnico em Informática Pedro Peixoto relata alguns problemas causados aos usuários em decorrência dos softwares maliciosos.



domingo, 22 de maio de 2011

A Tradição e Beleza da Ourivesaria Artesanal

Foto: Violeta Cunha

Ana Luiza Fernandes e Mariele Velloso

O homem sempre se sentiu atraído pelas pedras preciosas, pelos metais brilhantes e mais raros, e usou a ourivesaria para louvar seus deuses e se enfeitar. Seja na antiguidade ou nos tempos atuais, a busca do ornamento para realçar a beleza faz parte da história da nossa sociedade. Foto:Ana Luiza Fernandes

Em São João del Rei, a ourivesaria está presente não só nas joalherias, mas também na produção artesanal de peças que vêm ganhando a confiança dos clientes e espaço no mercado.

O ourives Atahualpa Yupanqui (foto) conta que “é comum pensar que a fabricação de jóias em grande escala vai acabar com a produção artesanal. Mas a valorização do trabalho artesanal é crescente pela possibilidade de se criar
uma peça única, exclusiva.” Em sua oficina, ele trabalha principalmente com por encomenda, e convida o cliente a participar do processo de criação e influenciar no resultado final. “A presença do cliente é imprescindível para que a jóia seja feita de acordo com sua preferência” afirma.
A ourivesaria artesanal é o ofício também de Inácio Missagia (foto abaixo), que diz que a maioria dos seus clientes são atraídos não só pela beleza das peças.“ As minhas peças são procuradas também pelo valor, que é inferior em relação às peças de joalheria. Os clientes costumam ficar muito saitisfeitos com as jóias" garante. Foto: Mariele Velloso

A escolha das pedras preciosas é outro diferencial. Como o Brasil é rico em pedraria, há muitas opções. Atahualpa e Inácio trabalham com a Água Marinha, Topázio Imperial, Ametista e Granada, que têm grande valor comercial. “Procuro informar meus clientes s
obre a propriedade de cada mineral, de cada pedra, no momento da escolha da peça. E para isso recorro a pesquisas que estudam as reações dos minerais sobre o corpo humano” disse Atahualpa.

Apesar de trabalharem como as mesmas pedras, cada ourives usa uma técnica diferente. Inácio aposta na riqueza de detalhes do estilo rococó e aplica as pedras com solda. Já Atahualpa confere um estilo contemporâneo às suas criações, com a técnica da forja que crava as pedras através da pressão, sem o uso de soldas.

A arte da ourivesaria é para os ourives mais que um ofício, é uma paixão. Ambos concordam que a inspiração é a parte importante na produção das peças. “A fabricação de jóias é um trabalho de composição, precisa-se executar desde o design até a produção final da jóia. Essa relação é semelhante àquela que os demais artistas têm com a arte”, revelou Atahualpa.

Foto: Violeta Cunha

Tradição do Ofício

A ourivesaria é uma arte muita antiga, há registro de sítios arqueológicos no mar Egeu de 2500 a.C. No Egito já se produziam trabalhos altamente detalhados e os profissionais obtinham inegável prestígio perante os reis e toda a corte.

Existem hoje cursos de ourivesaria que capacitam cidadãos a exercer o ofício. “Eu fiz um curso, me apaixonei pela arte, e aperfeiçoei com a ajuda de um amigo”, explica Inácio. Já Atahualpa diz ter tido a sorte de aprender à moda antiga com o pai, um argentino que aprendeu o oficio na juventude e passou a tradição aos seus filhos. Com descendência da civilização Inca, o ourives revela: “Eu carrego a tradição da cultura andina. A relação do povo com as jóias não era uma relação de ostentação de riqueza, mas sim uma valorização da beleza que lembrava o Deus Sol”.

Foi o estilo contemporâneo das jóias de Atahualpa que atraiu a atenção de Rafael Honório, que encomendou suas alianças com o ourives. “Eu achei interessante porque pude participar do processo de composição das jóias, ficou exatamente como eu queria, fiquei muito satisfeito. A gente acaba desenvolvendo um sentimento pelas peças produzidas exclusivamente pra gente, personalizada.”contou o consumidor.


sábado, 21 de maio de 2011

Marcha Nacional quer que homofobia seja crime

Segunda Marcha Nacional Contra a Homofobia em Brasília
                                                                                                                                         Ana Gabriela Oliveira


Manifestantes de todo o país protestaram nesta quarta-feira (18), em Brasília, em favor da aprovação no Congresso do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122, que torna crime os atos de discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero.

A II Marcha Nacional contra a homofobia foi organizada pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Os manifestantes se concentraram em frente à Catedral de Brasília e seguiram em passeata até o Congresso Nacional.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

São-joanenses discutem aprovação do Cadastro de bons pagadores

Alisson Reis e Marcos Paulo Andrade

            “Quem não está no SPC, terá os mesmos direitos e vantagens dos que estão no Cadastro Positivo?”. A dúvida do Secretário Municipal do Procon de São João del-Rei, Eduardo Mendonça, é apenas uma das que estão surgindo com a possível aprovação do Cadastro Positivo de Consumidores (CPC). O projeto, que agora só depende da aprovação da presidente Dilma Rousseff, terá funções opostas à lista do SPC, ou seja, ao invés de dificultar, promete facilitar o poder de compra dos bons consumidores.
            O motorista e ex-comerciante Sérgio Murilo de Carvalho afirma que já ouviu falar do projeto. Para ele há uma grande incoerência nesta iniciativa política. “Se já existe o cadastro negativo, o SPC, onde se encontram os maus pagadores, para que se criar um cadastro positivo para aqueles que não estão com nome sujo na praça, se estes já são naturalmente positivos?”, indignou-se o motorista que suspeita de todo novo projeto político e preferiria uma reforma no SPC. Já a secretária da Fundação Bradesco, Adriana de Assis Lancetti, vê com bons olhos o CPC. “Espero ter mais facilidades quanto a parcelamentos e juros mais baixos na hora da comprar”, explica.

Comerciante Geraldo Rodrigues comnta o CPC
            Comerciantes do bairro de Matosinhos, Geraldo Rodrigues e Sara Aparecida Rosa acreditam que qualquer iniciativa em favor dos bons pagadores é válida. “Já tratamos os inadimplentes com paciência e educação. Quanto aos clientes positivos, estudaremos a ampliação de parcelas e redução de juros na hora da venda”, afirmou Geraldo Rodrigues, proprietário de uma loja de bicicletas. “Aqui na loja, nosso baixo índice de inadimplência é obtido graças a nossa rigidez com relação ao assunto. Para os clientes do cadastro positivo ainda vamos avaliar as vantagens que poderemos oferecer”, disse Sara Rosa, proprietária de uma loja de roupas e calçados.


Benefícios do novo cadastro

            O assessor jurídico da Associação Comercial e Industrial de São João del-Rei (ACI del- Rei), Júlio César Trindade, explica que o CPC vai disciplinar a implantação de crédito para pessoas jurídicas e físicas. “O principal objetivo do cadastro positivo é diminuir as taxas de juros nas operações de empréstimo e tem o poder de disciplinar a avaliação de risco a risco, ou seja, visa analisar o perfil de cada  um mutuante”.


Sandra, gerente do SPC


            Segundo a gerente do SPC de São João del-Rei, Sandra Cristina Rodrigues, com a aprovação do Cadastro Positivo ocorrerá uma redução nas taxas de juros, na inadimplência e nas perdas financeiras. “Também, irá facilitar o acesso ao crédito junto aos fornecedores e o aumento dos volumes negociados”, conclui.







Inadimplência em São João

            De acordo com dados da ACI del Rei, houve uma queda de 9,33% nas inclusões de SPC, e aumentaram em 58,09% os cancelamentos. Em março do ano passado foram constatadas 1.898 inclusões de SPC. Em contrapartida,  no mesmo mês deste ano foram detectados 1.721  ingressos. Um detalhe curioso apresentado pelo SPC é que 32,69% das pessoas passaram a fazer parte da lista por causa de dívidas iguais ou inferiores a R$ 50.

Secretária Adriana de Assis conta suas expectativas sobre o novo cadastro

Estudantes lutam para conciliar trabalho e estudos

                                                             Rafaela Soares e Samantha Cardoso

“Trabalho não apenas para pagar minhas contas, mas pelo fato de poder fazer o que eu quero sem depender de alguém”. Isso é o que diz Cristiane Fernanda Resende, de 26 anos. Ela concilia trabalho e estudos há dez anos, desde quando cursava o ensino médio. Atualmente, faz Normal Superior em uma faculdade privada.  Segundo Cristiane, a maior dificuldade dessa rotina é o tempo, curto demais para tantas atividades. Ela trabalha desde os 17 anos, quando usava o dinheiro apenas para despesas pessoais. A partir dos 18, começou a ter despesas mais sérias como veículos, casa própria, faculdade particular e a manutenção da própria loja.
Daniela aproveita a viagem para colocar os estudos em dia
Daniela Melo tem 18 anos e mora em Lagoa Dourada, a 36 quilômetros de São João del-Rei, para onde viaja diariamente para assistir às aulas de um cursinho pré-vestibular. Ela sonha em ser psicóloga. Durante o dia, trabalha em uma loja de fotografias. Segundo a Daniela, trabalhar, estudar e viajar todos os dias não é uma tarefa fácil, mas é essencial, sobretudo para os adolescentes, já que assim podem adquirir responsabilidade e ter um futuro garantido.
De acordo com a educadora física, Mayra Marcenes Nogueira, um ritmo de vida acelerado pode trazer conseqüências como o stress físico e mental, devido à falta de tempo suficiente para dormir e descansar . Em uma rotina agitada e estressante, um bom condicionamento físico é fundamental. Os exercícios liberam hormônios que diminuem o cansaço e dão sensações de prazer, de bem estar e satisfação. “Isso já ajuda na nossa luta diária. Além de dar um preparo físico para agüentar um dia longo como o de quem estuda e trabalha, fortalece os músculos e prepara todo o organismo para os desgastes que temos com o passar das horas e dias”, explica.
Mayra acrescenta que exercícios simples podem resolver muitos problemas. “Exercícios matinais de alongamento, meditação, relaxamento, postura, feitos por alguns minutos já surtem grande efeito nas vidas agitadas e conturbadas de um estudante/trabalhador. Juntamente com uma alimentação balanceada e rica em alimentos essenciais, eles trazem melhor qualidade de vida e disposição ao indivíduo. É importante que a pessoa se alimente em horários regrados e faça os exercícios diariamente, assim o resultado vai ser muito mais rápido e eficaz”, complementa.
Segundo a psicóloga Kênia Isabel David, as dificuldades de alunos que trabalham devem-se ao fato de que a formação profissional ocorre à noite. Além dos compromissos do trabalho e dos estudos, alunos que moram em uma cidade e trabalham ou estudam em outra ainda precisam lidar com o deslocamento, que pode aumentar o cansaço do estudante. “O aluno inserido em tal rotina possui um desgaste físico e mental maior que seus colegas que se dedicam a atividades acadêmicas apenas e que residem na localidade em que estudam. Portanto, o dia-a-dia do estudante que trabalha deve conter elementos que funcionem como organizadores, motivadores, além de uma visão de futuro e de projeto de vida bem consolidado”, aconselha.
A psicóloga explica que essa organização deve levar em conta aspectos do trabalho, familiares, de lazer e de estudo. “É interessante lembrar que muitas pessoas fracassam em suas tentativas de organizar o tempo devido ao fato de colocarem metas que não são condizentes com a sua realidade e logo não conseguem alcançá-las tornando-se pessoas frustradas e desanimadas”, finaliza.




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