Ana Luiza Fernandes e Mariele Velloso
O homem sempre se sentiu atraído pelas pedras preciosas, pelos metais brilhantes e mais raros, e usou a ourivesaria para louvar seus deuses e se enfeitar. Seja na antiguidade ou nos tempos atuais, a busca do ornamento para realçar a beleza faz parte da história da nossa sociedade. Foto:Ana Luiza Fernandes
Apesar de trabalharem como as mesmas pedras, cada ourives usa uma técnica diferente. Inácio aposta na riqueza de detalhes do estilo rococó e aplica as pedras com solda. Já Atahualpa confere um estilo contemporâneo às suas criações, com a técnica da forja que crava as pedras através da pressão, sem o uso de soldas.
A arte da ourivesaria é para os ourives mais que um ofício, é uma paixão. Ambos concordam que a inspiração é a parte importante na produção das peças. “A fabricação de jóias é um trabalho de composição, precisa-se executar desde o design até a produção final da jóia. Essa relação é semelhante àquela que os demais artistas têm com a arte”, revelou Atahualpa.
Foto: Violeta Cunha
Tradição do Ofício
Existem hoje cursos de ourivesaria que capacitam cidadãos a exercer o ofício. “Eu fiz um curso, me apaixonei pela arte, e aperfeiçoei com a ajuda de um amigo”, explica Inácio. Já Atahualpa diz ter tido a sorte de aprender à moda antiga com o pai, um argentino que aprendeu o oficio na juventude e passou a tradição aos seus filhos. Com descendência da civilização Inca, o ourives revela: “Eu carrego a tradição da cultura andina. A relação do povo com as jóias não era uma relação de ostentação de riqueza, mas sim uma valorização da beleza que lembrava o Deus Sol”.
Foi o estilo contemporâneo das jóias de Atahualpa que atraiu a atenção de Rafael Honório, que encomendou suas alianças com o ourives. “Eu achei interessante porque pude participar do processo de composição das jóias, ficou exatamente como eu queria, fiquei muito satisfeito. A gente acaba desenvolvendo um sentimento pelas peças produzidas exclusivamente pra gente, personalizada.”contou o consumidor.