sexta-feira, 10 de junho de 2011

Alta de preço não assusta consumidores

Por Marcus Santiago e Michele Santana

       Cuidar da higiene pessoal e manter a aparência está ficando mais caro que a inflação. Foi o que apontou uma pesquisa do IBGE numa comparação feita com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de abril. Apesar de o IPCA, que mede a inflação, ter registrado variação de 0,77% em abril contra 0,79% em março, a variação dos gastos com saúde e cuidados pessoais saiu de 0,45% para 0,98%. A pesquisa, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que para o consumidor, os aumentos chegam a superar o IPCA dos últimos 12 meses, que teve variação de 6,51%, 0,01 ponto percentual acima da meta nacional.
Foto Marcus Santiago
            Apesar de o aumento ser real, comerciantes e consumidores concordam que esse aumento não é tão alarmante quanto parece ser.
            Liliane Silva, vendedora de cosméticos há mais de 14, diz que o aumento é real, mas que não interfere diretamente no contato com o consumidor. “O aumento chegou até nós, mas ainda não é prejudicial já que muitas pessoas consideram os produtos de beleza como bens de necessidade primária”, afirma. Ela, que abriu uma loja recentemente, diz que tem uma clientela fixa e que a alta dos preços não faz com que as pessoas parem de comprar. “Os preços não interferem porque os clientes buscam produtos de qualidade e as empresas também estão investindo nisso para conquistar seus consumidores. Isso alimenta o mercado que nunca deixa de ser movimentado”, comenta.
            Outro fator apontado por Liliane que contribuiu para a aceitação da alta de preços pelo consumidor é a postura do vendedor. “O vendedor tem que ter ‘jogo de cintura’ para mostrar ao cliente que os preços subiram e convencê-lo de que vale a pena pagar um pouco mais por um produto de qualidade” explica.  A comerciante ainda diz que se o vendedor não souber o que vende e não souber o que dizer quando os preços aumentam, vai perder clientes.
            Assim como Liliane, Lucilene Resende, esteticista, concorda que os preços subiram, mas que não sentiu grandes diferenças. Ela, que trabalha há 9 anos, diz que não sentiu muito os reflexos do aumento porque todo ano faz estoque de material, principalmente de cera depilatória, uma das ferramentas do seu trabalho. “Como posso comprar uma grande quantidade de cera e estocar ainda não percebi o aumento, mas outros produtos com os quais trabalho aumentaram sim mas meus clientes não deixam de comprar” afirma.
            Lucilene ainda diz que todos os anos aumenta os preços dos serviços e que apenas alguns poucos clientes reclamam. “Sempre tem aqueles que não acham justo o aumento, mas não deixam de utilizar meus serviços porque precisam e as preocupações com a estética e a aparência falam sempre mais alto” acrescenta. A esteticista, que atende no consultório construído em casa, ainda ressalta que além da necessidade, mostrar um serviço de qualidade faz toda a diferença para quem trabalha nessa área. “Além de as pessoas precisarem cuidar do corpo e da aparência, elas procuram aqueles lugares que são limpinhos e certificados pela vigilância sanitária. Um ambiente limpo e bem cuidado, assim como o trabalho bem feito são porta para o sucesso do atendimento mesmo com a alta dos preços”, finaliza.
Werekson Pablo, proprietário do salão e a cliente Isabella Silva
            Também com a mesma linha de pensamento que Liliane e Lucilene, Werekson Pablo, cabeleireiro e dono de um salão de beleza, afirma que o aumento dos preços não influencia diretamente em seu trabalho. Ele, que trabalho há 10 anos no ramo, diz que quando os preços dos produtos que utiliza no salão sobem precisa aumentar o preço dos serviços oferecidos mas que a maioria dos clientes não reclama.          
            Segundo Werekson, a procura por serviços relacionados à beleza está cada vez maior tendo em vista que as pessoas estão mais preocupadas com a aparência. “Hoje o mercado de trabalho, principalmente, exige uma boa aparência e você tem que estar apresentável”, comenta.
            Werekson ainda diz que principalmente a televisão tem divulgado um estereótipo de beleza que as pessoas, até inconscientemente, estão tentando seguir. “Os novos padrões de beleza fazem com que a procura, mesmo com a alta dos preços, continue grande”, comenta. Mas, mesmo que a maioria não se importe muito, existem aqueles que não gostam e para evitar conflitos e reclamações, Werekson conta que antes de subir os preços avisa aos clientes. “Um tempo antes de aumentar os preços coloco um aviso no salão que haverá reajuste para os clientes se acostumarem com a ideia e não serem surpreendidos pelo aumento”, finaliza.


O que pensam os consumidores
           
Foto Marcus Santiago
            Já que os preços dos itens de cuidados pessoais e saúde aumentaram, a opinião dos consumidores mostra se esse aumento interferiu de fato nas vendas.
            Dalila Almeida diz que percebeu que os preços subiram, mas mesmo assim não deixa de comprar. “Sempre comprei produtos de beleza por gostar de cuidar de mim e não acho que o aumento seja prejudicial uma vez que cuidar da aparência e da saúde é essencial”, afirma. Já Esther Ângelo diz que o aumento não é bom, mas não tem como parar de compar. “Embora eu considere esse itens supérfluos, não deixo de compar. O que faço é procurar outra marca e até diminuir a quantidade, mas parar totalmente não dá,” afirma.
            Para Claudio Silveira as mulheres não deixam de comprar produtos de beleza e cuidar da aparência. Segundo ele, elas não conseguem viver sem um produto de beleza sequer. “As mulheres podem até ficar sem se alimentar direito, mas não deixam de cuidar da aparência” comenta. 
            Eliza Sousa concorda com Claudio e ainda diz que produtos de beleza são essenciais para as mulheres. “manter um aparência bem cuidada é importante para qualquer mulher e não há aquela que não se preocupe com isso”, finaliza.

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